O primeiro de maio é sempre um momento de reflexão. Simbolizado por lutas em prol de condições dignas de trabalho, a data representa muito mais do que um feriado. Precisamos enquanto trabalhadores, colocar a mão na consciência e refletir a respeito da contribuição que deixaremos para as próximas gerações.
Desde os protestos de Chicago, que deu origem ao dia do trabalhador, a criação da CLT, o enfrentamento a ditadura, o combate ao trabalho escravo, a redução de jornada e a incorporação de benefícios como ticket de alimentação e plano de saúde, somos desafiados a transformar de forma constante as relações de trabalho. Para isso, precisamos pensar no trabalho como algo que vai além do sustento, que possa, na verdade, significar a valorização do indivíduo.
Nenhum trabalhador, durante o exercício de qualquer função, deveria ser submetido a práticas que coloquem a própria vida em risco. Não podemos mais aceitar que trabalhadores desprezem o valor da saúde e o bem estar em troca de um ordenado no fim do mês.
Não é justo que mulheres ainda tenham que passar por assédios de toda natureza para levar o sustento à família. Conquistar qualidade de vida por meio do trabalho ainda é um sonho distante para a maioria da população, mas que depende unicamente da capacidade de organização da classe trabalhadora.
Enquanto estivermos separados, desorganizados e lutando ao lado do inimigo, iremos amargar derrotas irreparáveis e deixaremos, ao invés de avanços, retrocessos como herança para as próximas gerações.
