Nosso sofrimento em 2019 nos ensinou ter mais rigos e nos superarmos
Os trabalhadores sempre tiveram na Vale todo o rigor na cobrança do cumprimento das normas de segurança. Qualquer um que desrespeite as “Regras de Ouro” responde com penalizações, podendo até chegar a demissões por justa causa.
Um dos aspectos que conseguimos garantir em nossos acordos coletivos com a empresa foi a cláusula do “direito de recusa”, em que o trabalhador deve negar o cumprimento de tarefas se não tiver as condições de segurança e saúde para desempenhá-la. Este direito de recusa, a nosso ver, precisa evoluir até para uma situação em que ninguém deva dar ordens de fazer algo que ameace a integridade ou a vida de qualquer companheiro.
De qualquer forma, a segurança foi ponto chave nas discussões entre os trabalhadores e a Vale nos últimos anos, exigindo todo o rigor para que as condições de trabalho sejam plenamente protegidas.
Neste momento, em que marcamos o primeiro ano após a tragédia de Brumadinho, que vitimou tantos companheiros, a segurança e saúde no trabalho continuam sendo fundamentais em todas as discussões da representação sindical com a empresa. Reforçamos com todos os companheiros o compromisso que temos com nossas famílias na certeza de voltarmos para casa ao final de cada jornada.
Vivemos ainda a dor de Brumadinho e também de Mariana. Somos solidários a tantos que perderam entes queridos ou que tiveram qualquer mutilação, seja de caráter físico ou patrimonial.
Exigimos da empresa uma gestão ainda mais humanizada, com trabalhadores efetivos, sem terceirizações que sobrevivam pela exploração de mão-de-obra, sonegando direitos ou condições seguras de trabalho.
Se assim podemos dizer, as tragédias dolorosamente nos ensinaram a ser mais cuidadosos, mais zelosos com a vida, para que continuemos trabalhando em paz e zelando pelas nossas responsabilidades.